Amanhã o Marcello Augusto comemora 20 dias! Todos estes dias foram muito intensos e de muito aprendizado para mim. Havia prometido - por causa da minha amiga Poliana Marques - que contaria como foi meu parto. Confesso que antes de conversar com ela e receber este pedido não imaginava que as pessoas tivessem essa curiosidade, por que um parto é só um parto, não é?
Bom, mas não é bem assim. O Marcello Augusto nasceu no dia 7 de março, por meio de uma cesariana. Esperamos até o último minuto por um parto normal, porém no dia 7 a gestação já havia ultrapassado 41 semanas e o bebê, além de estar muito grande, já corria riscos. Foi aí que minha mãe ( confesso que não fui eu) e o Glauco Prado, meu obstetra, decidiram marcar a cirurgia para a tarde do mesmo dia.
Não preciso mentir para vocês que o único motivo que me fazia querer esperar pelo parto normal era o meu medo de anestesia. Quem me conhece sabe que tenho pavor da anestesia. Sei que você deve estar pensando: "sério Fernanda que você preferia sentir as contrações do que levar uma anestesia?". Respondo pra você: pode ter certeza que sim.
Como o Marcello Augusto não quis nascer e não teve como esperar mais, fomos nós para o Hospital da Mulher. Juro que cheguei lá morrendo de medo não sair. Não é drama gente. Eu não estava preparada psicologicamente preparada para a cirurgia. Quando estava preenchendo aquela ficha e a moça pediu meu tipo sanguíneo já imaginei que iria precisar de doação de sangue e que, assim, tudo daria errado. Nem conto que antes de sair de casa me despedi do Ollaf e falei para ele que se eu não voltasse era pra ele ser bonzinho com o Marcelo. Não vale rir de mim, mas estou contando toda a verdade a vocês.
Quando a enfermeira entrou no quarto e colocou aquela roupa horrível em mim, o medo foi crescendo, mas eu fui me contendo. Porém, quando cheguei na sala de cirurgia e que o anestesista falou que iria aplicar a medicação, eu quase desmaiei literalmente. Eu tinha não apenas medo de morrer, mas medo de perder os movimentos das pernas. Não sei de onde tirei esse medo mas eu tinha
Quando a anestesia começou a fazer efeito, eu entrei em desespero. Achei que nunca mais sentiria minhas pernas. Minha mãe, que estava na sala de cirurgia comigo, me disse que eu fiquei amarela de medo. Bem rapidinho o Marcello Augusto apareceu. Nesse momento eu tomei um susto. Olhei para ele e pensei: como que vou cuidar dele meu Deus?
Ele nasceu saudável, mas estava com os pezinhos roxos e já havia feito cocô dentro de mim. Decisão acertada do Dr Glauco e da minha mãe.
Depois disso o médico terminou a cirurgia que não esperava que fosse tão delicada para se recuperar. Achei que fosse tipo remover uma verruga. Sério mesmo. Na noite do parto o mais emocionante foi a chegada do Marcello Augusto. Na sala do parto não peguei nele. Estava com medo, sem reação. Mas no quarto quanto ele chegou, tudo mudou. É incrível como o cheiro, o olhar e a presença do bebe nos modificam na hora. É algo inexplicável.
Lembro que amamentei - ou tentei - e que que ele dormiu a noite toda. Não chorou. Não deu trabalho algum. Lembro também que estava preocupada com o Ollaf que estava em casa. Queria ele comigo, lá no quarto.
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