O que Siqueira Campos, Leonel Brizola, Antônio Carlos Magalhães, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Getúlio Vargas tem em comum, além do fato de estarem na história como políticos brasileiros? Ideologicamente quase nada, responderão alguns. Populistas, responderão outros.
Não. Não estou louca em colocar todos juntos. A intenção é falar de algo que, há algum tempo, tenho sentido falta no perfil dos políticos brasileiros: liderança. Não temos mais líderes. Nossos políticos não são capazes de motivar, estimular, fazer com que as pessoas abracem sua causa por identidade, por acreditar.
Óbvio que eu tenho consciência que o momento histórico em que vivemos, marcado por grandes escândalos de corrupção, contribui bastante para o desgaste da classe política e para que a população se torne menos receptiva aos movimentos liderados pelos atuais líderes.
Mas, como explicar, então, Lula que, mesmo preso, mobiliza milhares em sua causa? Que faz com que seus seguidores duvidem da justiça e da apuração da mesma para defendê-lo? Como explicar Siqueira Campos aos 90 anos se lançando candidato com apoiadores apaixonados?
Infelizmente, o meu título provocador se mostra correto. Faltam políticos como ACM. Faltam políticos como Brizola. Faltam políticos como Vargas por que falta liderança a essa nova geração.
Falta engajamento. Falta capacidade de raciocínio e capacidade de superar e acompanhar as mudanças. Todos os líderes políticos que citei nesse artigo são polêmicos, mas é unânime que foram homens muito à frente do seu tempo e talvez seja isso que tenha garantido a eles o destaque que tiveram.
Vejo nos jovens políticos velhas receitas. Velhas maneiras de mostrar propostas, velhos conceitos. Quem sabe não estejam aí os seus erros. Não conseguem se comunicar com sua geração que é moderna, antenada e muito crítica.
O desestímulo da população em debater política é cada vez maior. Vejo isso como muito prejudicial aos caminhos da sociedade por que temos, cada vez mais, pessoas manipuladas e com pouco acesso à informação.
Acredito que os políticos da atualidade são os grandes responsáveis por isso. Não temos novidade. Não temos nem sequer um fio de esperança entre os candidatos. São sempre os mesmos, com as velhas receitas e as velhas propostas.
É preciso que os que querem se tornar líderes e conquistar destaque pensem que se a mudança não chegar, o precipício chegará.
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