DIA DO CAFÉ: O cafezinho é paixão no Brasil e em muitos países


Além de serem os maiores produtores, os brasileiros também estão entre os que mais bebem o café . Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café, em 2017,  o consumo foi de 21,5 milhões de sacas, ficando atrás apenas dos EUA, que lidera o ranking mundial. A forma de fazer a bebida no país tem forte influência europeia, em especial da Itália




O café é considerado uma das paixões nacionais. E essa paixão está a cada dia mais quente. No dia do café - que é comemorado neste 24 de maio, a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC),  comemora o crescimento no consumo interno da bebida, que em 2017, foi estimado em em 21,5 milhões de sacas, o que correspondem a aproximadamente 1,07 milhão de toneladas do grão.

Com esses números, o Brasil se transformou no segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos  Estados Unidos, que consomem em torno de 25,8 milhões de sacas de café por ano. De acordo com previsões da ABIC,  o consumo brasileiro deve chegar aos 25 milhões de sacas até 2021. Esse dado leva em consideração uma projeção realizada com base no crescimento da taxa anual de consumo que é de mais de  três por cento ao ano.

Inspiração européia
O consumo de café pelos brasileiro tem influência europeia, em especial do italianos, que são especialistas no preparo da bebida. Eles  também são apaixonados por café. Aliás, o produto é fonte de uma forte parceria comercial entre os dois países. O País da Bota está entre os três maiores importadores do café brasileiro. Só em 2017, eles compraram mais de 2,7 milhões de sacas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos que compraram 6,1 milhões de sacas; e do Japão, com 5,5 milhões. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Mesmo a Itália não sendo produtora do grão, o café italiano é famoso e considerado um dos melhores do mundo, devido ao desenvolvimento da técnica do café expresso e à qualidade do processo de torrefação. Apesar da paixão em comum pelo cafezinho, a forma de preparar e consumir a bebida aqui é bem diferente da de lá. E são justamente essas peculiaridades do café italiano que serão apresentadas, pela primeira vez, no Festival Italiano de Nova Veneza, que será realizado entre 7 a 10 de junho. O evento traz um estande especial sobre o produto, onde serão servidos os principais e mais tradicionais tipos de café italiano, entre eles: o expresso, o cappuccino, o caffelatte,  o latte macchiato e caffe macchiato.
Enquanto os italianos consomem principalmente o café expresso, que é concentrado, os brasileiros preferem o café coado ou filtrado - que tem o sabor menos marcante”, explica  Hermione Stival, presidente da Associação Pró-Festival Italiano de Nova Veneza.

Na Itália, segundo Hermione, existem algumas convenções culturais sobre o consumo de café. Por exemplo, os italianos não tomam café que tenha leite após o almoço. “Cappuccinos e diversas outras variações com leite são destinados ao café da manhã. Após o almoço ou no decorrer do dia, eles consomem o café expresso ou algumas das diversas variações de shake de café”, explica a organizadora do Festival de Nova Veneza.

Uma curiosidade sobre como os italianos consomem o café é em relação ao uso de adoçantes. De acordo com Hermione, nas regiões mais tradicionais e afastadas dos centros turísticos não se usa adoçante. “ Tradicionalmente eles tomam café com ou sem açúcar”, conta.

Outra curiosidade sobre o consumo de café pelos italianos, revelada por Hermione, é que eles só tomam café feito na hora, mesmo que seja em casa. Segundo ela, este é o motivo de ser normal que as residências italianas tenham  a cafeteira tipo moka - a mais tradicional no país. Esta ferramenta foi inventada em 1933 pelo italiano Alfonso Bialetti, que deu a ela o nome de Mola em homenagem à cidade Moca no Iêmen, muito famosa pela qualidade de seu café. De acordo com Hermione, foi essa cafeteira que popularizou o consumo do expresso na Itália.

A organizadora do Festival Italiano de Nova Veneza explica que a cidade italiana de Nápoles mantém uma tradição curiosa sobre o café, que revela um pouco do amor dos italianos pela bebida. É o “caffè pagato” ou “caffè sospeso”, uma tradição se resume em deixar uma café a mais pago na cafeteria para aqueles que chegarem sem condições financeiras de pagar pela bebida.

Os cafés mais comuns na Itália
O café expresso, na Itália, é conhecido como ristreto, que quer dizer curto. Para os padrões brasileiros é um café pequeno, com pouca quantidade de líquido e forte. Para os brasileiros que estiverem pela Itália, a dica para acertar no sabor e não errar no pedido é solicitar o espresso lungo - que tem um pouco mais de água, que o torna menos concentrado.  Na Itália, o café expresso é servido “al vetro”, que são pequenos copos de vidro, lisos e com uma base bem espessa.  

O cappuccino italiano também é bem diferente do que conhecemos no Brasil. Pra começar, ele não leva o chocolate e nem chantilly.  Servido em uma xícara, é uma bebida composta por ⅔ de café e ⅓ de leite e sua espuma. É indispensável o uso da canela, de acordo com a tradição italiana. Algumas cafeterias menos tradicionais dão a opção de um pouco de pó de cacau sobre a espuma do leite.   “Uma curiosidade sobre o cappuccino é que os italianos jamais irão servi-lo após o almoço”, comenta Hermione.

Outra bebida com café também bem popular na Itália é o caffelatte, um cappuccino sem a espuma do leite. A bebida é composta por uma proporção de metade café e metade leite e é menos concentrada. Já o latte macchiato tem dois terços de leite e um terço de café. O nome macchiato é porque o leite é colocado antes no copo de vidro, em que é servido, fazendo com que o café manche o leite no recipiente. A bebida é muito procurada nos dias quentes.  Já o caffè macchiato é um tipo de café que se aproxima ao nosso famoso pingado. É um café expresso com um pouco de leite, com uma proporção bem maior de café.


Cafeteria
A cafeteria italiana que será montada no Festival de Nova Veneza levará aos visitantes saborosos tipos de café italianos, brasileiros e cafés artesanais. O estande irá também apresentar aos visitantes itens de confeitaria para acompanhar os cafés, como  bolos de banana com canela, bolo de maçã com nozes, palha italiana, cookies e brownnies.


De acordo com Millana,  entre os cafés que terão destaque está o tradicional café expresso, nascido na Itália e popularizado no mundo; que além de ter a sua história completamente ligada à itália é um sucesso de consumo no Brasil; e o café marocchino - que é artesanal e tem conquistado o coração dos amantes do café.

MIlana destaca que todo o cuidado que o italiano tem com o preparo do café será encontrado também na cafeteria italiana do Festival Italiano de Nova Veneza. “Estamos fazendo testes e treinamento com a equipe para que tudo saia perfeito. O público vai perceber bastante diferença no sabor - graças às medidas certas de café, espuma, leite cremoso e espuma do  leite”, explica Milana.

O Festival Italiano de Nova Veneza
O Festival Italiano de Nova Veneza se enquadra no patamar dos grandes festivais do Brasil, graças ao público médio de 100 mil visitantes.  O evento foi criado para valorizar a história da cidade, que foi formada por italianos que vieram de Veneza para o Brasil há mais de 100 anos. Cerca de 60%  de sua população é formada por descendentes.

Com o tema “Um dia em Veneza”, a 14 edição do festival será realizada de 7 a 10 de junho na histórica Nova Veneza, que fica há 44 km de Goiânia e 200 KM de Brasília. Este ano, o evento, que envolve mais de 6 mil pessoas e estimula a economia local,  conquistou o apoio oficial da Embaixada da Itália no Brasil por sua importância para a preservação da cultura e da história dos imigrantes italianos no Brasil.

Em 2017, o Festival  iniciativa movimentou R$ 2 milhões na cidade. Neste ano, a expectativa é de crescimento em todos o setores. A estrutura do evento, por exemplo, já foi planejada com um acréscimo de 30%  para atender a procura de expositores.

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