Solidariedade: Colegas de trabalho da construção civil se unem e dão cara nova a casa de família carente




Era uma casa que não tinha reboco, não tinha muro, não tinha forro, não tinha piso. Mas, diferente da canção popular interpretada por Toquinho, de engraçada não tinha nada. Nesta sexta-feira, 20 de abril, ela se transformou graças a ação de colaboradores de uma construtora. A beneficiada foi uma avó, que veio do Maranhão para cuidar dos netos após morte da filha. Além de ser um conforto físico, a casa reformada se tornou um alento para o coração da família que vive o luto


Eles são engenheiros, mestres-de-obra, publicitários, contadores, atendentes e trabalham em uma construtora.  Todos, de algum modo, acompanham de perto a alegria e a satisfação de quem conquista o imóvel dos sonhos e quiseram levar essa mesma sensação a quem precisa de um lugar melhor para viver, mas não tem condições financeiras para isso.

Juntos, eles criaram o Mutirão do Bem, um projeto social para reformar casas em situação de precariedade pertencentes à famílias de baixa renda. Na sexta-feira, 20 de abril, o grupo entregou o imóvel da dona Maria Marli Silva de Souza, 55, anos, no setor Bela Goiânia, onde ela vive com os dois netos. Durante todo o dia, das 8 às 17h, eles concluíram a pintura da casa e do muro, fizeram uma horta e colocaram brita no quintal. O grupo também entregou uma TV e uma máquina de lavar para a família.

A reforma começou em fevereiro na casa de 35 metros quadrados, com apenas um quarto, cozinha e banheiro. Mas ela não tinha água encanada, não tinha chuveiro, não tinha energia elétrica, nem tinha piso e muro. “Não oferecia condições sanitárias e estruturais mínimas para a família viver, ainda mais porque a mãe dos meninos estava lutando contra um câncer”, relembra Maurício José Alves, coordenador de suprimentos da Terral, um dos voluntários que participou da ação e fez a primeira visita à família beneficiada pelo Mutirão do Bem de 2018.

Mutirão do Bem

O projeto Mutirão do Bem vem sendo desenvolvido há três anos, desde 2015, por colaboradores voluntários da Terral Incorporadora, juntos eles encontram uma família carente para ter sua casa reformada. Para realização da ação social, os colaboradores levantaram  recursos e parcerias. Neste ano o custo total estimado foi de R$ 10 mil, arrecadado através de rifas, pamonhada e bazares solidários. “Desta forma, quase toda a empresa se envolveu com a participação desta ações de arrecadação. Também recebemos e encaminhamos muitas doações”, comenta outra voluntária, Andressa Santos.

A Terral Incorporadora, apoiadora do projeto, cedeu parte dos materiais e também está abonando um dia de trabalho para cada colaborador que deseja participar. Empresas parceiras da Terral, que também doa itens de construção que estejam em excede nas suas obras.  

“É só uma família, mas é uma família que estará acordando melhor, vivendo em condições mais dignas. É um pouquinho do esforço de cada um de nós que estará transformando a vida daquelas pessoas e proporcionar isto é muito gratificante”, diz Maurício Alves, acrescentando que essa ação tem feito com que ele cresça como ser humano.

As obras da reforma da casa começaram em fevereiro deste ano e foram realizadas as seguintes benfeitorias: implantação de novas instalações hidráulicas, o que inclui novo encanamento e caixa d'água; revestimento no banheiro; construção de uma área de serviço; construção de uma varanda; construção de muro; instalação de portão; instalação de piso em cerâmica em toda a casa; e outros itens. Para finalizar a obra, será feita a pintura.

Conforto para o coração

A casa reformada se tornou mais que um conforto físico, mas também  um alento para o coração da família, que vive o luto. Originalmente, a casa pertencia à filha da dona Maria Marli, a Maria das Dores, de 35 anos, que faleceu em dezembro, vítima de um câncer. Ela trabalhava no Ceasa como empacotadora de verduras, faleceu em dezembro e não pôde usufruir da casa reformada onde vivia com os dois filhos Erik Silva de Sousa, de 10 anos e Erivam Silva de sousa, 12, no setor Bela Goiânia. A casa arrumada era o sonho da Maria Marli, que começou a acompanhar o processo do início da reforma, mas não resistiu.

“A história nos emocionou bastante e prova que a solidariedade pode realmente modificar vidas. A história da Maria das Dores é de uma mulher guerreira que mesmo nos momentos de debilidade física, pois sua saúde já estava no fim, continuava lutando e sonhando por condições melhores para seus dois filhos”, conta  Hellen Cristine Silva Matos, gestora de Recursos Humanos da incorporadora e integrante do Comitê de Ações Voluntárias, ao mencionar o que mais chamou a atenção dessa família que foi beneficiada pelo Mutirão do Bem.

Como Dona Maria Marli passou a morar na casa que era de sua filha e passou a criar os seus dois netos, Erik e Erivam, os colaboradores da Terral acharam justo que a casa de dona Maria das Dores continuasse sendo a contemplada com a reforma, para que as duas crianças pudessem ter algum conforto no lar que guarda lembranças da mãe.  

Restando apenas alguns detalhes, como pintura, já dá para ver os efeitos da reforma. Dona Marli, que trabalhava como faxineira antes de deixar tudo para trás no Maranhão para cuidar dos netos, se alegra ao falar do que vê. “Melhorou muito. Melhorou demais. Não tem mais barro, poeira e agora as crianças têm mais conforto para estudar e brincar”, destaca.


A escolha das famílias


A escolha da família a ser beneficiada é feita da seguinte maneira:  todos os colaboradores da empresa indicam famílias carentes; após isso, em conjunto, é realizada uma análise do perfil dessas famílias, o que inclui visita in loco; depois o Comitê de Ação voluntária da Terral se reúne e define a família que será atendida.

“Normalmente, optamos por famílias carentes, que possuam um lar em condições precárias, fazemos o possível para selecionar alguém que realmente precisa melhorar sua condição de vida. Famílias com histórias ligadas a doença ou invalidez também são levadas em consideração pois entendemos que é mais difícil que essas famílias conquistem uma melhor condição sozinhas”, explica Hellen Cristine, que faz parte do comitê.

Andressa Santos lembra que o projeto faz parte do braço de responsabilidade social da Terral Incorporadora, que incentiva o voluntariado, e vem ao encontro com os valores da empresa: respeito e valorização das pessoas. “Somos uma empresa goiana que vende apartamentos para famílias, normalmente de alto padrão. Proporcionamos emprego para os colaboradores, que também tem condições de ter seu lar.  Por quê não devolver para a sociedade um pouco de nossa expertise para famílias carente que precisam de conforto e não tem condições?”, questiona.

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