Pós-Graduação: Estudar é um grande negócio para burlar o desemprego



Dados do último censo realizado pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que houve um crescimento no número de brasileiros com diploma universitário na última década. O percentagem geral aumentou de 4,4% em 2000 para 7,9% em 2010. 

Dados do Ministério da Educação (Mec) mostram número de brasileiros que ingressaram em alguma pós graduação também está crescendo. Segundo a instituição em 1996, existiam 67.820 alunos da pós-graduação no país (45.622 de mestrado e 22.198 de doutorado). Já em 2003 eram 112.237 estudantes de pós-graduação (66.959 de mestrado acadêmico, 5.065 de mestrado profissional e 40.213 de doutorado).

Em 2011, ano do último levantamento divulgado,  o número de cursos de pós-graduação aprovados pela Capes tem crescido em média 9% ao ano. As áreas com maior número de alunos são ciências humanas e engenharias, ciências da computação e ciências da saúde.

De acordo com informações divulgadas recentemente pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), quem concluiu um curso de pós-graduação tem maiores oportunidades profissionais. Em 2014, quase 75% dos doutores titulados no Brasil estavam empregados — no mesmo período, o índice de empregabilidade de mestres era de 65%. Organização supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o CGEE também pesquisou o índice de remuneração de mestres e doutores do país.

O levantamento aponta que  diferença salarial de um doutor, que de acordo com último censo do IBGE é apenas 0.5% da brasileira,  tem um salário mensal médio de R$ 13.861, enquanto a remuneração do restante dos brasileiros é calculada em R$ 2.449.  Conhecimento, historicamente significou poder. Agora cursar um programa de pós-graduação representa poder, emprego e bons salários.

Mercado mais exigente

Com o crescimento no número de pessoas que estão cursando uma pós-graduação é normal que o mercado de trabalho passe a exigir ou a remunerar melhor quem possui diploma de especialização ou mestrado.  De acordo com a psicológa clínica e organizacional, palestrante e professora universitária, Alessandra Ivamoto Dias, o mercado está cada vez mais exigente e a especialização motiva a contratação.

"Para cargos mais estratégicos e de gestão é fundamental uma especialização. Ser especialista em algo especifico faz com que a seleção seja mais assertiva, pois aparentemente trata-se da pessoa certa no lugar certo, já que se especializou em determinado assunto", destaca Ivamoto ao explicar que o mercado de trabalho também avalia a instituição em que o candidato cursou a especialização. "Uma instituição mais renomada demonstra o esforço do profissional não só em se qualificar ou complementar um currículo, mas que se esforçou em busca do melhor para sua carreira", pontua. 

 Ainda de acordo com Ivamoto, como a oferta de emprego é bem menor que a procura outras questões estão sendo avaliadas pelo mercado, que tem opção de escolha e opta sempre pelo melhor e mais qualificado. "Com a implantação de RHs mais estratégicos e de um plano de cargos e salários consolidado, as competências técnicas e comportamentais são questões imprescindíveis que verificamos na hora da contratação. Questões como escolaridade, cursos complementares técnicos ou não, fazem grande diferença. Além da estabilidade nos empregos, proximidade do local de trabalho, disponibilidade de horários tem sido diferenciais", finaliza. 

Mapa da qualificação

A região Sudeste concentra o maior número de pós-graduandos: 31.274 no doutorado; 45.856 no mestrado acadêmico e 2.893 no mestrado profissional. Na região Norte há 228 doutorandos e 1.507 mestrandos. São Paulo tem mais da metade dos futuros doutores, 21.161 dos 41.964 alunos da área. Dos 76.323 alunos de mestrado acadêmico, 27.716 estão em São Paulo; 10.721 no Rio de Janeiro; 61 em Rondônia; oito, no Tocantins; e quatro no Acre. "As regiões Norte e Centro-Oeste, excluindo o DF, têm os índices mais baixos de matriculados na pós-graduação e, conseqüentemente, de bolsas", diz o presidente da Capes.

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