Que o mercado fitness está em
alta muitos arriscam afirmar. Porém quando se tem acesso aos números percebe-se
claramente o quanto o setor tem se tornado importante para a economia
brasileira. Em 2011, o segmento foi responsável pelo faturamento de R$ 67
bilhões, o que corresponde a 1,6% do PIB brasileiro. Os dados são da Pluri
Consultoria que apontou que em 2016, o mercado conquisto um crescimento de 22%
e teve a marca de ser o responsável por 1,9% do PIB do nosso país.
Para 2018, a expectativa é que o
mercado continue em crescimento. De acordo com a IHRSA (Associação
Internacional do Mundo Fitness), o Brasil é o segundo maior mercado de
academias em número de estabelecimentos do mundo, com cerca de 32 mil unidades,
atrás apenas dos Estados Unidos. Os 8 milhões de alunos matriculados nas
academias brasileiras dão ao país o quarto lugar em número de alunos matriculados
e o décimo lugar em número de faturamento, que chega a 2,4 bilhões de dólares
O setor que não é feito apenas de
academias passa longe da crise e cresce dois dígitos nos últimos dez anos. O mercado é terreno fértil para empresários
que querem investir no segmento. Além das academias de musculação e estúdios
especializados em modalidades específicas, os empresários que tem apostado em
produtos de nutrição tem conquistado resultados consideráveis.
De acordo com números da Abenutri
(Associação Brasileira de Nutrição), são comercializados no Brasil 250 marcas
que pertencem a 100 empresas. Sendo 60% nacionais e 40% internacionais, em um
total de 11 mil pontos de venda. Pegando o gancho da preocupação dos
brasileiros com o corpo e a saúde, a expectativa é de que em 2020, o
faturamento do mercado fitness no país ultrapasse R$ 1,1 bilhão. Uma pesquisa
feita em 2015 em cerca de 1000 domicílios, em sete capitais brasileiras,
mostrou que em 54% deles, ao menos uma pessoa consumia suplementos.
A busca pelo corpo saudável, ao mesmo
tempo que movimenta o mercado, tem preocupado nutricionistas e especialistas de
saúde que ressaltam que ser fitness não é ser saudável. “O estilo fitness não
deixa de ser um estímulo a mais para os hábitos saudáveis. Mas, em alguns
casos, esbarra nos extremos e mais uma vez em rótulos e modismos”, esta é a
opinião da nutricionista ortomolecular Elis Regina Cappellesso.
“Para muitos, ser saudável é ser
fitness. Corpos definidos, alimentação rígida e restritiva, suplementos e
musculação parecem ser a porta de entrada para a longevidade e equilíbrio. Mas
esse não é o único caminho e nem sempre o mais adequado”, alerta a
nutricionista ao ressaltar que modismos tem ditado regras para quem busca a boa
forma e a vida saudável.
“Até pouco tempo, chás e shakes
de emagrecimento eram a resposta para quem buscava manter a forma. Hoje, a tendência
é outra. Os modismos se alternam, mas pecam por focarem sempre na forma física
e pouco na saúde. Ser saudável é estar em dia com seus check-ups e
principalmente com hábitos e práticas devidamente acompanhadas por
profissionais, de acordo com suas necessidades. Não existe milagre, existe o
que é melhor pra o biótipo de cada pessoa”, esclarece.
A nutricionista destaca ainda que
o estilo de vida fitness, muitas vezes, propaga uma ideia ‘inalcançável’, cheia
de radicalismos e privações. “Assim, a vida saudável ganha fama de ‘chata’. O
prazer na hora de comer parece não ser permitido, repreendido, e o equilíbrio
dá lugar o extremismo”, analisa Cappellesso ressaltando que comportamentos
extremos e principalmente sentimentos negativos durante o ato de se alimentar
podem ser bastante prejudiciais à saúde. “ Bom senso é sempre a melhor escolha
nesses momentos. Com isso, muito se diminui dos sentimentos negativos.
Radicalismo nunca será a melhor escolha”, explica.
Cappellesso enfatiza que a alimentação
saudável e atividade física fazem parte da vida saudável. Mas enfatiza que não é obrigatório ser
fitness para ser saudável ou vice-versa.
A nutricionista destaca ainda que é preciso ter equilíbrio tanto nas
práticas esportivas quanto na alimentação. E, segundo ela, este e parece ser o
maior desafio para as pessoas. “O estado emocional tende a influenciar muito
neste ponto. A dica principal é tentar verificar como é o seu comportamento no
ato de comer, hábitos, horários e assim detectar como pode melhorar esses
momentos, principalmente visando um momento de prazer, boas escolhas e cuidados
com a saúde”, realça.
Aquela história que aprendemos
quando criança de que quanto mais colorido o prato, mais saudável continua
valendo. De acordo com Elis Regina, as refeições rápidas são as piores escolhas
sempre e a variedade no cardápio ajuda a manter uma alimentação saudável
constantemente. “ Buscar variedade de cardápio é sempre importante. Ficamos
enjoados de comer sempre a mesma coisa do mesmo jeito. Isso acontece
principalmente com os alimentos fundamentais para regular nosso organismo, que
são as hortaliças, legumes e frutas”, recomenda.
Ao ser questionada sobre a eficácia das dietas da moda nas
academias, ela é pontual ao falar que a
curto prazo elas tem um bom resultado, mas costumam trazer o efeito rebote por
que as pessoas, na maior parte das vezes não conseguem manter o peso. “Além
disso, elas costumam ser deficientes em nutrientes, o que pode fazer mal à
saúde”, avisa ao acrescentar que há o risco
da pessoa começar a ter sintomas, passar mal e até desenvolver um
transtorno alimentar ou alguma compulsão por causa das restrições que essas
dietas propõem.
“Uma alimentação inadequada - pobre em nutrientes ou em
pouca quantidade - pode levar a queda de açúcar no sangue (hipoglicemia) e a
sintomas que representam a falta de energia para o funcionamento do organismo. A
falta de um nutriente pode aumentar o risco, por exemplo, de a pessoa
extrapolar e ter um ataque de gula porque está cansada da dieta monótona. Isso
pode fazer com que ela coma muito e volte a ganhar o peso que perdeu”, alerta.
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