O que pode estar atrás da "renúncia"de Tiririca

Tiririca certamente foi a noticia do cenário político na quarta-feira. Não por ele ter enfrentado os colegas de quem ele diz ter vergonha, mas por falar, na  tribuna da Câmara Federal, que  - após sete anos como deputado - ele tem vergonha da maneira como a política é conduzida em cenário nacional. Após isso, o palhaço - como gosta de ser lembrado - renunciou ao seu direito de reeleição como deputado federal pelo estado de São Paulo.

Estaria Tiririca, de fato, abrindo mão da política? Ou  estaria ele abrindo mão do seu mandato para buscar algo maior? Seria uma jogada de marketing inteligente  renunciar a reeleição e voltar nas próximas eleições como vice-governador ou, até mesmo, vice-presidente da república.

Nas duas eleições que disputou, Tiririca provou que é bom de urna, graças a sua popularidade e aos votos de protesto. Em um dia em que uma pesquisa apontou que a rejeição da Câmara Federal chega aos 60% e é esse o maior índice da história, um deputado renunciar e falar tudo que o povo quer ouvir, certamente aumentará ainda mais a identificação do povo com ele. Frases como "ele é honesto", "ele é diferente", "ele não se corrompeu" já circulam com grande força nas mídias digitais. Um grande ponto para Tiririca, se essa for realmente a estratégia.

Na Tribuna, o deputado pediu que seus colegas olhem para o povo que padece. Disse que sua mãe - como milhares de brasileiros - não tem plano de saúde e está internada em um hospital público e que os deputados ganham muito bem para trabalhar e que por isso não precisam se corromper. Palavras que tocaram os corações de grande parte da população. Basta fazer uma busca rápida na internet para comprovar.

A verdade sobre tudo que ocorre só tempo pode dizer - ou quem sabe não diga. Mas, há bem clara uma grande chance de ser uma estratégia de crescimento de imagem tendo a campanha de 2018 como foco.