Outro dia li no Universo Sertanejo, assinado pelo jornalista André Piunti, um artigo que expressava uma opinião que eu trazia comigo. Achei bem interessante a abordagem dele sobre o assunto. Depois dei uma olhada na internet e achei um ou dois comentários seguindo a mesma linha de raciocínio.
Com o título “O sertanejo de cá e o sertanejo de lá”, o jornalista faz uma análise da cobertura jornalística do Sertanejo Pop Festival, um dos maiores eventos - se não o maior, do segmento no Brasil. Levando isso em consideração, ele colocou que o jornalismo cultural, historicamente, está distante dos show’s e do mercado da música sertaneja.
Neste ponto, Piunti coloca que a culpa não é apenas dos jornalistas mas também dos artistas. Como exemplo ele cita os goianos Jorge e Mateus, que tem um público imenso e por poucas vezes estiveram presentes em programas de televisão. E, é justamente este ponto que me fez parar para refletir.
O apelo de público e de espaço para a Jorge e Mateus é imensa, mas não é trabalhada. A dupla, ou sua assessoria – não sei bem quem, parecem não fazer muita questão de comparecer a programas de TV e de estar presente nos principais veículos de comunicação. Já ouvi dizer que pode ser que não queiram parecer “produtos midiáticos”, mas não acredito ser esta a verdade. Jorge e Mateus tem um trabalho fantástico de posicionamento desenvolvido junto ás rádios de todo o Brasil.
Trabalho diferente já é desenvolvido pela dupla Fernando e Sorocaba, que assim como Jorge e Mateus é uma das principais do país. OS cantores com freqüência comparecem a programas de TV, concedem entrevistas ás principais revistas. Na verdade, esta dupla cria uma linguagem e um sentimento de proximidade e intimidade com o público bem maior, graças a sua política de comunicação – que é mais agressiva e bem mais positiva. Fernando e Sorocaba, assim como Jorge e Mateus, também tem um espaço fantástico conquistado junto a rádios do Brasil.
Utilizei as duas duplas como referencia por que são as duas em maior destaque no Brasil, mas existem inúmeras outras de grande, pequeno ou médio porte que tem a missão de contribuir para a disseminação de informações coerentes e reais da nova realidade vivida pela música sertaneja no Brasil.
Com um contato maior, com uma abertura maior, com repasse de mais informações a tendência é que dia pós dia a imprensa dos cadernos de cultura, tenha acesso a dados que vão contribuir com matérias de maior qualidade sobre o segmento. É importante também ressaltar que é preciso fazer uma campanha contra o preconceito cultural nas redações de cultura, já que para muitos repórteres e editores do segmento o sertanejo é música de menor qualidade.
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